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Você sabe o que é distorção da autoimagem?

O transtorno dismórfico corporal, ou dismorfofobia ocorre quando a pessoa desenvolve uma visão irrealista do próprio corpo, que não condiz com o que de fato é. Isso a impede de ter uma consciência de si mesma, causando uma batalha interna, repleta de angústia e sofrimento.

Estudos apontam que cerca de 1,5% da população mundial sofre com a síndrome de distorção da autoimagem. As mulheres são mais atingidas do que os homens, sendo que essa estatística pode ser ainda maior, já que algumas pessoas nunca chegam a buscar ajuda e outras não assumem o problema.

Uma das questões mais preocupantes é que esse transtorno costuma estar associado com outras condições negativas, como tristeza profunda, anorexia, bulimia, depressão e ansiedade. Normalmente as pessoas relacionam esse transtorno a pessoas que possuem a ilusão de que está acima do peso e precisam emagrecer. Porém, existem casos de pessoas que estão acima do peso e se enxerga mais magra, há os que buscam a perfeição na forma de músculos, as que querem aumentar as mamas, afinar o rosto, “arrumar” o nariz, ter um sorriso mais branco e muitas outras correções muitas vezes infundadas e incoerentes com a harmonia da fisionomia da pessoa.

A condição foi descrita pela primeira vez na literatura médica pelo psiquiatra italiano Enrico Morselli, em 1886. Quase um século depois, em 1980, a Associação Americana de Psiquiatria (APA), reconheceu a condição e a incluiu na terceira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais, o DSM.

O Manual, considerado um guia da psiquiatria, explica que o TDC leva o indivíduo a implicar com uma pequena característica (uma pinta no rosto ou uma cicatriz na testa) e a se preocupar a ponto de ter que camuflá-la para sair de casa. Às vezes, a cisma é com algo que nem existe, como uma barriga saliente.


A distorção da imagem corporal engloba os seguintes aspectos:

  • Cognitivos: expectativa irreal de possuir um padrão corporal específico.

  • Comportamentais: evitam-se situações nas quais o corpo possa estar em evidência; prefere-se escondê-lo ou depreciá-lo.

  • Perceptuais: percepção distorcida do próprio corpo.


Um dos principais traços do distúrbio é a compulsão: gastos excessivos com produtos de beleza ou cirurgias plásticas, buscas por imagens perfeitas nas redes sociais e a eterna comparação de si mesmo com esse ideal de perfeição.

Os especialistas reforçam que esta síndrome é muito grave, pois é um transtornos de sintomas somáticos ou uma doença somatoforme, ou seja, o paciente somatiza diversos sintomas e pensamentos excessivos, que os médicos não conseguem detectar em exames.

Cerca de 90% das pessoas que sofrem com o distúrbio de imagem, sofrem também de depressão, 48% abusam de bebidas alcoólicas e 32% sofrem de anorexia ou bulimia.

Outra estatística que relata que 9% das pessoas que procuram por cirurgias plásticas ou outros tratamentos estéticos possuem algum grau dessa síndrome. Quando isso acontece, muitas vezes, o próprio cirurgião plástico orienta e encaminha a pessoa para que faça terapia e busque ajuda profissional adequada.

O diagnóstico consiste na observação, por parte de um psicólogo ou psiquiatra, dos comportamentos da pessoa, pela forma como fala do seu corpo e da maneira como tenta esconder as suas imperfeições.

Ainda não se sabe ao certo quais as causas que podem estar por trás da origem deste distúrbio psicológico. Porém, os especialistas acreditam que possa estar relacionado com a deficiência de serotonina, e ser influenciado por fatores genéticos e pela educação da criança, num meio em que há uma preocupação excessiva com a imagem.

Geralmente, o tratamento para a dismorfia corporal é feito com sessões de psicoterapia, nomeadamente através da terapia cognitivo comportamental. E em alguns casos, pode ser necessário tomar antidepressivos e ansiolíticos, que podem ser prescritos pelo psiquiatra.



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