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SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19

Silvia Marina Anaruma


Desde 1992 comemora-se no mês de agosto, em mais de 150 países, inclusive no Brasil, a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Ainda neste mês, temos a Campanha do Agosto Dourado, em alusão ao leite materno, que é considerado o padrão ouro em alimentação e o melhor alimento até os 6 meses de forma exclusiva e até os dois anos ou mais com alimentação complementar. O tema da Semana do AM deste ano de 2021 é: PROTEGER A AMAMENTAÇÃO: UMA RESPONSABILIDADE DE TODOS. Esta proteção é possível através do apoio que damos à mãe que amamenta. Só assim ela conseguirá amamentar pelo tempo ideal ou pelo tempo que ela deseje. Este apoio deve vir não só da sua família, como dos seus empregadores, das creches, dos meios de comunicação, dos setores governamentais e dos profissionais da saúde. Se cada um fizer a sua parte, maiores serão as chances da mãe amamentar. A amamentação é imprescindível, pois o leite materno protege contra várias doenças, incluindo as doenças respiratórias, gastrointestinais, diabetes, obesidade, dentre outras. É considerada a 1ª vacina dos lactentes. A amamentação também protege a mãe reduzindo o risco de câncer de mama e ovário, de hemorragia pós-parto e estreitando o vínculo com o bebê. Além disso, o leite materno tem sido apontado como fator de proteção para o COVID-19. Por isso, a mãe deve continuar amamentando durante a Pandemia, ainda que ela tenha contraído o vírus, pois não há evidências de que haja transmissão pelo leite materno. Ela deve manter alguns cuidados, pois pode transmitir o vírus por outras vias. Se estiver assintomática ela deve usar máscara durante a amamentação e trocá-la se tossir ou espirrar, higienizar as mãos antes e depois, evitar falar, tocar o rosto do bebê ou deixá-lo tocar na máscara, higienizar objetos compartilhados. No caso da mãe estar sintomática ou com suspeita de infecção, além desses cuidados, ela deve manter o isolamento domiciliar, higienizar as mamas caso tussa em cima delas e se ela estiver internada, pode ser feita a ordenha do leite e ser dado ao bebê por outra pessoa. Para garantir a maior proteção, gestantes (que transmitem anticorpos para o feto através da placenta), lactantes e puérperas foram incluídas no grupo prioritário para a vacinação contra o COVID – 19. Foi constatado que as mães imunizadas pela vacina transmitem maior quantidade de anticorpos para o bebê. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que as mães não parem de amamentar por causa da vacinação e nem se o bebê estiver infectado. Em qualquer um dos casos, entretanto, deve-se consultar um profissional da saúde. Com estas evidências, fica cada vez mais claro porque devemos proteger a amamentação. O leite materno é gratuito, já vem pronto, na temperatura certa, salva vidas e os benefícios são para todos! Bebês amamentados são mais saudáveis e inteligentes e tem um melhor desenvolvimento em todos os aspectos: social, psicológico, cognitivo, nutricional, odontológico, fonoaudiológico, dentre outros.

Autora: Fundadora do Proama (Projeto Amamentar), Doutora em Saúde Mental; Líder da Pastoral da Criança. Docente aposentada da UNESP – Câmpus de Rio Claro-SP. sm.anaruma@unesp.br

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