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Aumento no distanciamento entre pais e filhos

Terapeutas, psicólogos e sociólogos revelam um crescente aumento no rompimento intencional entre pais e filhos nos países ocidentais⁠. Segundo eles, uma das razões mais comuns é o abuso do pai ou da mãe, no passado ou no presente — seja ele emocional, verbal, físico ou sexual.

Os especialistas acreditam que a crescente consciência sobre a saúde mental e como relacionamentos familiares tóxicos ou abusivos podem afetar o bem-estar também causa impactos sobre o distanciamento.⁠

⁠O psicólogo e autor do livro "As regras do distanciamento: por que os filhos adultos cortam os laços e como solucionar o conflito", Joshua Coleman acredita que embora não haja nada de novo em conflitos familiares ou no desejo de se isolar deles, definir o distanciamento de um membro da família como expressão de crescimento pessoal, como se faz normalmente hoje em dia, é quase com certeza algo novo. Para ele, decidir quais pessoas manter dentro ou fora da vida tornou-se uma estratégia importante.

O aumento de uma "cultura mais individualista", que estimula o autoconhecimento, o aumento da autoestima e a quebra da dependência emocional, faz com que muitas pessoas tenham mais dificuldades de confiar no próximo, incluindo parentes de gerações anteriores.⁠

O aumento das oportunidades de viver e trabalhar em cidades ou até países diferentes das famílias quando adultos pode também ajudar a facilitar o rompimento com os pais, simplesmente devido à distância física.⁠

Ainda não existem dados oficiais, mas há uma percepção crescente entre os terapeutas, psicólogos e sociólogos de que esse tipo de rompimento intencional entre pais e filhos vem crescendo nos países ocidentais.

Conhecido formalmente como 'distanciamento', as definições do conceito pelos especialistas apresentam leves variações, mas o termo é amplamente utilizado para situações nas quais alguém corta todas as comunicações com um ou mais parentes, em uma situação que perdura um longo prazo, mesmo se as pessoas que sofreram o distanciamento tentarem restabelecer o contato.

O escritor e pesquisador Karl A. Pillemer realizou uma pesquisa nacional para o seu livro Fault Lines: Fractured Families and How to Mend Them ("Falhas tectônicas: famílias fragmentadas e como reuni-las", em tradução livre), publicado em 2020 e observou que mais de um a cada quatro norte-americanos relataram ter se distanciado de algum parente.

Uma pesquisa similar da organização britânica dedicada ao distanciamento familiar Stand Alone sugere que o fenômeno atinge uma a cada cinco famílias no Reino Unido, enquanto pesquisadores acadêmicos e terapeutas na Austrália e no Canadá também afirmam que vêm observando uma "epidemia silenciosa" de rompimentos familiares.

O fato de que o distanciamento entre pais e filhos adultos parece estar aumentando - ou pelo menos está sendo cada vez mais discutido - aparentemente se deve a um complexo conjunto de fatores culturais e psicológicos. Essa tendência levanta uma série de questões sobre os seus impactos nos indivíduos e a sociedade. E é algo que, para ser evitado, é necessário buscar um profissional especializado para ensinar a pessoa a lidar com os sentimentos e traumas causados pela família e assim, reverter esse distanciamento progressivo.





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